Belle & Sebastian.

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Hand in Hand With The Eletronic Renaissance is Way To Go.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Devairismo.

Percorro as ruas sujas desta cidade e sinto-me debaixo de uma cúpula onírica sem forma. Adiante vejo os homens com suas quimeras transformadas em palavras.

Ouço os risos desesperadamente doces de ninfetas e seus malacos e seu revólveres. Adiante a salvação sob a forma de cruz e o amor é morte disfarçada.


Vejo-me como alguém que não sabe

manter a pose

e que por isso

não é objeto de paixão.


Contemplo a estrutura

e vejo onde erro.

Sinto a volição frustrada

e o coração amargo.


Tento entender do que falo, porém não tenho noção. Essencialismo X Descritivismo. Palavras soltas, teorias que se desmentem uma as outra em profusão e que são anuladas pelos atos.


A importância da arte

é fazer parte.


Sinto-me quebrado.

Despedaçado,

tentando saborear cada momento da vida por si só. Amo o meu esforço mas odeio não ter carinho, nem sexo. Entrego-me à ilusão para ter o prazer pleno, fingindo não ter corpo

mas tendo prazer com ele.


Solidão ontológica e isolamento físico.

Discursos lógicos e Absurdo.

Mentes aberta e racismo.

Afinal onde está a loucura?

Em mim, em toda parte

e nisso tudo eu capto algo mais, não metafísico, mas transcendental, tanto quanto o ato de deglutição ou o processo de letramento.


Minha mão cansa.

Minha voz idem.

Todavia eu nada disse ainda.

Ruptura de valores,

de esquemas,

o que fazes com o que tens?

Trepar, ler um livro, falar, teclar, ouvir, rir, chorar, gritar: sentir toda a pequenez imensa de meu ser-para-a-morte! Tragar tudo, ser revoltado, viver o absurdo amor humano.


Sinto-me travado, sem vida,

sem liberdade...

Querendo me desfazer,

querendo ser eu.


O tempo correr e me concretiza.

E meu terror é saber que um dia

ele para...


(14/04/2011)