Belle & Sebastian.

Belle & Sebastian.
Hand in Hand With The Eletronic Renaissance is Way To Go.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Encontro Marcado.

Sentado no banco

vi carros e pessoas passarem.

Sem ser tão amargo quanto outrora

sinto que muitos ali são autômatos.

Olho para o relógio

e percebo que ela está atrasada.

Penso em todas as palavras proferidas

e em todos os fracassos sofridos

e tudo gira vertiginosamente.


Com bastante atraso,

vejo-a chegando.

Infelizmente teremos pouco tempo

e isso me exaspera ainda mais.

Ela toca minha mão

e todo desespero some.

Sentamo-nos de novo

e sem demora a beijo...


Tudo gira novamente

mas não me causa náusea.

A cada novo beijo

sinto que não me fito mais

do lado de fora da situação.

Ali estou eu,

intencionalidade toda revolvida

pela vontade de ser concreto em pleno nada.


E a cada novo passo de volta,

a cada novo gemido no beijo

e a cada palavra doce

que ela profere,

toda a minha desgraça perde sentido.


Agora estou aqui, deitado,

esperando seu sinal

em meio à ruína.

Desejo que ela volte

para eu voltar a perder meu sono em paz.

Que ela me diga se passei

ou não em seu teste.


O fogo em mim cresce.

Minhas pernas inquietam-se.

Meu coração dispara.

Tudo em mim se renova


Sou apaixonado pela descoberta

e ela é um grande universo

a ser desvendado e amado.

E eu que de tantos universos despedaçados

estou rodeado,

não consigo mais me imaginar

sem esta inefável psicodelia

em forma de mulher!

(01 de agosto de 2011.)

Angústia

Por mais que eu me esforce,

não sei o que dizer

para logo a seguir me acalmar.


Já se passaram horas suficientes

sem que eu ouça tua voz

ou leia tuas palavras.


E de minha cabeça

não sai a ansiedade

e a dúvida.


Imagino o que fazes agora.

Se estás com alguém

se pensas em mim...


E se na volta ainda serei

capaz de lutar

para ter tua companhia!


Imagino-em sem ti,

fracassado, vazio.

Sem flores na janela.


O terror chega,

domina-me

e exaspera meu eu.


Preciso te ver de novo,

te sentir

e te tocar suavemente.


Não me sinto morto agora.

Pelo contrário.

Estou bem vivo até.


Mas quero me sentir

imerso no belo e intensamente vivo

como da vez em que tu e eu fomos um...

(01 de agosto de 2011.)


Nossas ideias se chocaram e tua espontaneidade me prendeu. E cada vez que te ouvi falar, queria ouvir ainda mais. Repentinamente um calor surgiu em mim e eu me deparei com um novo mundo em que a arte está na banalidade das coisas e todas as palavras ganham relevo e beleza por sua pequenez.

Eu te amo pelo que és. E o que és é numerado por mim para se tornar incomensurável. Não quero namorar contigo pois seria fixar o profundo em uma palavra morta.

Quero percorrer as ruas contigo, tocar em teu rosto, ouvir tua voz de que como Caeiro apenas se preocupa em sentir e descobrir a vida.

E me perco em teu olhar como quem se perde em uma sinfonia. Contemplo teu ser como quem olha os versos mais profundos e belos de uma poeta liricamente rebelde.

Nem mesmo os gritos das almas mortas podem quebrar tua aura brilhante. Quero te ver livre e sentir a dor da tua ausência pois isso é a existência e ela é bela pela liberdade e minha liberdade me prende e a ti.

Quero ir ali, acolá, longe, perto... Ter meus afazeres e minhas obrigações. Porém quero que saibas que em todas não estarei pensando em ti.

Estarei envolto por teu ser e intuitivamente te sentirei dentro e fora de mim.

Em meu todo.

(31 de julho de 2011.)


Eu não sei ao certo o que sinto.

Porém sei que estou diferente.

Algo pulsa dentro de mim

e meus olhos estão marejados.


Ontem tive a felicidade

de te apertar, beijar e olhar.

Hoje não me deparo

com tuas palavras.


Sinto alegria ao olhar tuas fotos.

E desespero por te ter longe.

Queria, como sempre,

mergulhar em ti.


Não sei ao certo o que dizer.

Só sei que quero que sintas

este calor que há em mim

proveniente da tua alegria.


Apesar do pouco tempo,

já sinto falta de tua voz,

do teu cheiro, de tuas madeixas

e do teu sorriso.


Sinto falta do encanto

que terei ante o que dirás

daqui a pouco

ou daqui a dez dias.


Queimaste toda a minha frieza,

por ti eu vejo tudo,

em ti eu vejo tudo

o que me torna completo.


Por isso te peço,

mais um tempo ao teu lado,

todo o tempo possível

se não for pedir demais.


Quero saborear infinitamente

teu ar, teu ser e teus beijos.

E me admirar do meu eu

que tu espontaneamente me revelou.

(30 de julho de 2011.)

Desfeito.

Eis-me diante do ser

que todas as minhas ideias ao chão.

E como um iconoclasta

faz-me percorrer os velhos caminhos

como se fossem novos.


Eis a página vazia,

fruto da nova perspectiva

de meu inacabamento concreto,

que me dá a alegria pela presença espiritual

e tristeza pelo não-ser do corpo.


Eis-me eu perturbado,

exaurido e repleto de vigor.

Querendo me elucidar

e mergulhar em seu mistério,

abrasivo e belo como a cor de seus cabelos.


Queria fazer a coisa certa.

Dizer que és toda minha

em momentos fugazmente eternos.

Desejo com toda a força

aspirar teu eu e me revigorar com ele.


Queria saber passar o calor de minhas palavras

de forma que ele te convencesse

a me amar sem receios.

Desejo que sejamos compartilhadores

na estrada sem fim...


Não sei ao certo o que quero.

Talvez uma nova dimensão

daquilo que digo

que te mostre a nova dimensão

de antigos ideais sentimentais


demonstrada por ti a mim

em um modo de ser

que vai ao fundo de tudo,

como quem se perde brincando

e gozando a liberdade...


Ei-me aqui diante de ti,

sem pejo nem bazófia,

apenas te dando o que tenho.

Eu com toda a minha lealdade

ardorosamente apaixonada por ti.


Sinto-me revigorado

por falar contigo, ouvir tua voz.

E triste

por não poder te tocar.

Como num romance machadiano,


teus atos são ambíguos

e tiram-me de meu casulo.

Meu coração palpita,

minha voz falha, gagueja e se rompe:

Quer te dizer tudo.


Eu me sinto desfeito contigo,

necessidade de mudança

e renovação.

E por mais que eu ache motivos,

não sei bem ao certo porque te amo.


Com medo de perder o sono,

quero ser racional

para que algo tão impulsivo

não me soe patético.

Porém é perda de tempo.


Nunca foi patético.

E por mais que eu ache

algo estranho me apaixonar tão velozmente,

eu vejo que não sou mais a conduta

que te conheceu.


Sou o mesmo, mas sabedor

da necessidade que tenho de tua força.

E ao dizer isso, percebo porque

me cativas tão rapidamente,

tão impulsivamente:


És viva como a própria vida

e bela por seres comum.

E todo seu lirismo é puro,

pois fala de ti

sem negar teu ser.


É nele que quero me perder

e me achar.

Nele quero ser nós.

E nele quero estar

fora do tempo.