Eis-me diante do ser
que todas as minhas ideias ao chão.
E como um iconoclasta
faz-me percorrer os velhos caminhos
como se fossem novos.
Eis a página vazia,
fruto da nova perspectiva
de meu inacabamento concreto,
que me dá a alegria pela presença espiritual
e tristeza pelo não-ser do corpo.
Eis-me eu perturbado,
exaurido e repleto de vigor.
Querendo me elucidar
e mergulhar em seu mistério,
abrasivo e belo como a cor de seus cabelos.
Queria fazer a coisa certa.
Dizer que és toda minha
em momentos fugazmente eternos.
Desejo com toda a força
aspirar teu eu e me revigorar com ele.
Queria saber passar o calor de minhas palavras
de forma que ele te convencesse
a me amar sem receios.
Desejo que sejamos compartilhadores
na estrada sem fim...
Não sei ao certo o que quero.
Talvez uma nova dimensão
daquilo que digo
que te mostre a nova dimensão
de antigos ideais sentimentais
demonstrada por ti a mim
em um modo de ser
que vai ao fundo de tudo,
como quem se perde brincando
e gozando a liberdade...
Ei-me aqui diante de ti,
sem pejo nem bazófia,
apenas te dando o que tenho.
Eu com toda a minha lealdade
ardorosamente apaixonada por ti.
Sinto-me revigorado
por falar contigo, ouvir tua voz.
E triste
por não poder te tocar.
Como num romance machadiano,
teus atos são ambíguos
e tiram-me de meu casulo.
Meu coração palpita,
minha voz falha, gagueja e se rompe:
Quer te dizer tudo.
Eu me sinto desfeito contigo,
necessidade de mudança
e renovação.
E por mais que eu ache motivos,
não sei bem ao certo porque te amo.
Com medo de perder o sono,
quero ser racional
para que algo tão impulsivo
não me soe patético.
Porém é perda de tempo.
Nunca foi patético.
E por mais que eu ache
algo estranho me apaixonar tão velozmente,
eu vejo que não sou mais a conduta
que te conheceu.
Sou o mesmo, mas sabedor
da necessidade que tenho de tua força.
E ao dizer isso, percebo porque
me cativas tão rapidamente,
tão impulsivamente:
És viva como a própria vida
e bela por seres comum.
E todo seu lirismo é puro,
pois fala de ti
sem negar teu ser.
É nele que quero me perder
e me achar.
Nele quero ser nós.
E nele quero estar
fora do tempo.
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